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Cultura da Segurança Contra Incêndio, uma ciência em evolução

Atualizado: 6 de abr. de 2019

Na abrangência da Gestão de Riscos existem diversas variáveis que podem ter impactos diretos na continuidade dos negócios.


Na área de Logística de transporte de cargas, especialmente nos Centros de Distribuição e estoques de fábricas, o incêndio tem potencial de interromper permanentemente a operação de um site, causando um desequilíbrio financeiro e impactando em planejamentos estratégicos a longo prazo.


Prazos, visibilidade da marca perante o mercado, credibilidade aos clientes, projeções futuras em competitividade no segmento, dentre outros fatores estratégicos, que podem ser impactadas por um simples riscar de fósforo realizado de forma inadequada.





Para desenvolver mecanismos de mudança estratégica em nossa cultura institucional, temos que entender os conceitos de uma ciência conhecida como Segurança contra incêndios. Assim, antes de andarmos 2 passos para frente, temos que dar um passo para trás.


Muitas vezes os riscos se confundem com ameaças. Mas, todos devem ser tratados dentro dos cenários analisados, buscando sempre reduzir ao máximo o seu raio de impacto.


As grandes conquistas realizadas pelo homem normalmente nascem seguindo uma sequência que envolve: observação, experimentação e aplicação. A ciência do fogo não fugiu a esta regra.


Neste primeiro artigo, vamos entender um pouco desta ciência olhando o passado e a sua respectiva evolução.


Século XI. Inglaterra:

Criação do primeiro código de segurança para Edificações. Neste manual se ensinava medidas de segurança contra incêndios para a população, visava o desenvolvimento da Cultura preventiva entre pessoas “comuns”.

Século XVII. Inglaterra:

Criação de cobertura contra incêndios sob o aspecto patrimonial: o Seguro contra perdas.

As seguradoras iniciaram a criação das primeiras brigadas de incêndio com regulamentações específicas, visando medidas preventivas.

Também o uso de construções com materiais específicos, para retardar o avanço das chamas.

Modelos de mobilidade urbana foram desenvolvidos. As ruas passaram a ser mais largas para dificultar o alastramento das chamas entre as edificações, proporcionar a facilidade da retirada de pessoas e o tráfego de equipamentos para combate.

Vieram as bombas manuais e, posteriormente, bombas desenvolvidas na Suécia, movidas a vapor.


Século XVIII. Inglaterra:

Época de um dos maiores avanços desta ciência. Destaca-se a criação do palito de fósforo com itens para retardar a combustão. Desenvolvimento do fogo “Seguro” seguindo procedimentos de segurança.


Século XVIII. Alemanha:

Começou a ser desenvolvido um pó, que lançado sobre o fogo inibia o crescimento das chamas e por consequência o avanço do incêndio. Neste mesmo ano, se criou o primeiro extintor portátil de incêndio.

Este pó era uma mistura de soda-ácida, água, bicarbonato de sódio, ácido sulfúrico e outros componentes.

As primeiras mangueiras de combate de incêndio surgem no mercado.


No século XIX. Inglaterra e Estados Unidos:

Foi colocado em funcionamento em indústrias têxteis de algodão na Inglaterra e nos Estados Unidos o sistema automático de chuveiros: o sprinkler.


Enfim, a ciência da Segurança contra incêndio nasceu devido ao instinto de sobrevivência e continua se desenvolvendo permanentemente em nossa Sociedade até os dias atuais diante de tragédias das quais se destacam:


- O grande incêndio de Londres: No ano de 1666 destruiu 13.000 casas e 87 igrejas. Deixou aproximadamente 100.000 desabrigados (25% da população). Quase 75% da cidade foi destruída. O incêndio durou quase 4 dias.


- Em Nova Iorque, em 1835 foram queimados 530 edifícios.


- Em Pittsburg, no ano de 1845, outros 1.100 edifícios foram consumidos pelas chamas.


- O incêndio de Chicago, ocorrido em 1871 destruiu 17.000 casas e resultou em aproximadamente 300 mortos.


- Já em Peshtigo, 1901, foram entre 800 e 1.220 mortos, com a devastação total de 16 povoados.


- Em Jacksonville, em 1901, perderam-se 1.700 edifícios.


Incêndios de grandes proporções continuam a acontecer até o ano de 2019.


Quanto financeiramente se perdeu com incêndios nos séculos XX-XXI?


Poderíamos continuar a apresentar dados, ano após ano, em todos os Continentes e Países, de inúmeras tragédias. Tantas pessoas perderam a vida em incêndios, as imensas perdas financeiras, a paralisação total ou parcial do segmento das distribuidoras e fábricas decorrentes deste risco.


Muitas vezes, por questões culturais, não aprendemos com o passado e com os nossos erros. Até quando?




 

O Autor:

Haroldo Luiz de Jesus Fonseca


Administrador de Segurança da Escola SESC.

Gerente de Operações da empresa Firefighters Prevenção e Combate à Incêndio.


Graduado em Gestão Comercial pela Universidade Estácio de Sá, Pós Graduado em emergências e Desastres pela Universidade Gama Filho, MBA em Segurança Corporativa pela Universidade SENAC, MBS Master business Security pela Brasiliano. Especialização na ISO3100. QSP.

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