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Smartphone: praticidade e riscos




Se tem um objeto indispensável ao sair de casa, ele é o celular (ou smartphone), que para muitos é o substituto do computador, carteira, GPS, câmera fotográfica, e até da companhia.


Isso mostra o quanto este aparelho pode armazenar, incluindo, principalmente, dados preciosos do seu usuário e acesso a um mundo de informações online e offline.


Uma vez que este bem é tão precioso, se torna objeto de desejo de criminosos. Seja pelo valor do aparelho ou das informações e acessos contidos nele.


Existem atualmente no país cerca de 234 milhões de smartphones, de acordo com pesquisa realizada pela FGV, o que indica, considerando o nosso número de habitantes e questões de disparidade de renda, que muitos (dos poucos que podem) possuem mais de um aparelho.


O valor médio de um aparelho smartphone no Brasil é de R $1.539,00, segundo dados do final de 2020 publicados pelo IDC. Porém existem equipamentos que passam de R$ 10.000,00 e, como sabemos, os meliantes conseguem identificar facilmente qual é qual, elegendo seus alvos.


Além do valor do eletrônico algumas facilidades aquecem o número de roubos e furtos deste tipo de aparelho, das quais destaco:


  • Ocultação do equipamento roubado. Normalmente ele é desligado logo que subtraído (exceto quando o objetivo é acessar as informações contidas nele).

  • Venda informal em sites ou lojas de aparelhos usados. Aparelhos são facilmente encontrados à venda em comércios informais e até clandestinos, além de uma enormidade de opções de sites, confiáveis e não confiáveis.

  • Alta demanda de componentes de reposição. Com o grande volume de assistências técnicas, componentes usados, oriundos de roubos, abastecem os estoques de quadrilhas especializadas.

  • Formatação descomplicada. Mesmo com senhas e sistemas de proteção, os aparelhos são facilmente formatados com um simples “boot” ou utilizando softwares profissionais.



Somente no Estado de São Paulo foram registrados 301 mil roubos de celular em 2020, o que representa 34 ataques por hora.


Uma pesquisa realizada no último ano pela Mobile Time e Opinion Box aponta que 61% dos brasileiros foram vítimas de roubo de celular ao menos uma vez.


Mas, com toda a evolução tecnológica pela qual passamos, podemos afirmar que mais importante que a guarda do aparelho é a proteção das informações que nele são armazenadas e transmitidas.


As práticas de crimes cibernéticos têm aumentado e estão cada vez mais focadas em aplicativos de celulares e engenharia social.


O destaque aqui vai para o fato de que para muitos tipos de ataques, o criminoso não precisa utilizar malwares, ransomwares ou qualquer outro software engenhoso. Muitas vezes o acesso aos dados do usuário estão disponíveis a um toque na tela do próprio celular, que pode ser roubado, perdido, ou apenas acessado sem o consentimento do dono.


Se ao pegar sua carteira, o mal intencionado pode levar alguns trocados, cartões (imagino - e espero - que sem a senha anotada) e algum documento, ao pegar o celular esse risco é imensamente maior.


Nele estão acessos a sua conta bancária, documentos, endereços por onde anda, contatos de amigos e familiares, informações do trabalho (confidenciais inclusive), aplicativos diversos… um mundo de possibilidades...


Mas tudo bem se o telefone tiver bloqueio de tela e se os principais aplicativos tiverem senha de acesso, certo?

Talvez não.


Pode ocorrer de você ter seu celular levado enquanto está com a tela desbloqueada... ao tirar uma foto, ver um vídeo, ou utilizar o gps, por exemplo. Isso permite o acesso a tudo que tiver sem uma segunda camada de proteção.


Por isso, aparelhos com versões de sistema operacionais mais atualizadas já contam com opcionais de bloqueio dos aplicativos. Alguns aplicativos oferecem essa possibilidade em suas configurações nativas, enquanto outros, além disso, possuem sistema de dupla verificação, como o WhatsApp, por exemplo.


Com a quantidade de acessos que temos, decorar senhas se torna um transtorno. Assim, muita gente opta por não utilizá-las, ou usa a mesma para todos os acessos que possui. Têm ainda aqueles que utilizam senhas variadas mas vivem às esquecendo, meu caso.


Para os que se enquadram neste perfil, um recurso muito utilizado é o "esqueci minha senha", onde é possível alterar a senha da plataforma utilizada ou receber um lembrete em alguns casos.


Simples né? Mas o que é simples para o usuário, também é para o mal intencionado.


A lógica de recuperação de senha de diversos sistemas se baseia no acesso do usuário a outras contas ou dispositivos pessoais. Mas se todas as contas estiverem no mesmo aparelho, fica mais fácil (leia novamente o parágrafo anterior).


Logo, se o meio para onde é direcionada a sua recuperação de senha não estiver seguro, sua senha não estará segura.




Fiz, na última semana, uma pesquisa para saber se as pessoas têm por hábito proteger o aplicativo de e-mails do celular com senha ou ou alguma biometria. O resultado desta pesquisa mostra que a maioria das pessoas se dá ao cuidado de bloquear o acesso aos e-mails, seja qual for o motivo. Ou seja, além das senhas de desbloqueio da tela e da conta de e-mail, utilizam algum tipo de bloqueio para acessar o aplicativo e assim, ter acesso às mensagens.





Com casos cada vez mais frequentes de clonagem e roubo de contas de redes sociais, toda precaução é pouca.


Criar acessos difíceis pode ser um incômodo, assim como é um incômodo ter que abrir várias trancas ao acessar o portão de casa, mas a segurança tem seu custo e serve para o nosso bem.


Desenvolvedores de sites e aplicativos trabalham constantemente para aumentar a segurança de seus produtos, mas temos visto, com frequência, que golpistas utilizam canais digitais para aplicar suas fraudes. Se antes os crimes cibernéticos eram coisa de gênios do mal, agora viraram ferramenta de criminosos com baixa especialização.


Principalmente com o distanciamento físico necessário por conta do cenário pandêmico, mantemo-nos conectados a tudo e a todos nos inserindo neste “mundo online” e mesmo aqueles que antes não consumiam mídias digitais vêm se adaptando, seja por opção, circunstância ou imposição.

Dito isso, enquanto do lado criminoso não for necessário muito esforço e qualificação para a prática dos delitos, eles acontecerão ainda mais e haverá, pelo lado do cidadão de bem, a necessidade de extrema cautela para se manter protegido e para que possamos reverter os alarmantes números que comentamos anteriormente.



Por fim, acredito que estes crimes cibernéticos sejam os mais explorados daqui para frente, por estarmos neste caminho tecnológico, então, para a segurança das suas informações e desta minha aqui também: Proteja, Desconfie e Apure.



 

O Autor:


Fabrício Souza




Coordenador de Riscos na Ativa Logística. Co-fundador e administrador do Fórum de GR.


Formado em Logística com especialização MBS em Gestão de Riscos Corporativos e Certificação Profissional em Gestão de Riscos.

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