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Prevenção de Perdas no Brasil: Uma Breve Visão Geral

Como na indústria, a prevenção de perdas ainda é um conceito relativamente novo no Brasil.


Na última década, o mercado de varejo brasileiro assumiu um papel de liderança na economia brasileira. Em estudo realizado pelo IBEVAR (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo) em outubro de 2018, o setor projetou crescimento de 3,55% em relação a 2017. No entanto, ao olhar para a prevenção de perdas, percebemos que essas tendências não avançam na mesma velocidade.



No Brasil, os primeiros estudos sobre prevenção de perdas começaram em 1998, por meio do PROVAR (Programa de Administração do Varejo), entidade vinculada à FIA (Fundação Instituto de Administração), com a contribuição dos varejistas para a manutenção do projeto. Grandes corporações, semelhantes ao movimento nos Estados Unidos, adotaram a nomenclatura “prevenção de perdas” para setores então responsáveis ​​pelo controle de processos e segurança.



Por exemplo, o Grupo Carrefour, atualmente o maior varejista do país, referiu-se à prevenção de perdas como “fiscalização e controle” até 2001 e estava totalmente focado na proteção de ativos.

Apesar da falta de bibliografia produzida no país, alguns autores brasileiros estabeleceram linhas de raciocínio que já permitem aos varejistas nacionais direcionar as melhores práticas para a implementação de um sólido movimento de prevenção de perdas. Em seu livro “Pentágono de Perdas”, Anderson Ozawa, diretor de prevenção de perdas do Cinemark e diretor do comitê de prevenção de perdas do IBEVAR, descreve como uma área eficiente de prevenção de perdas deve ser apoiada por cinco elementos:


Pessoas são a espinha dorsal da estratégia de planejamento de prevenção de perdas de qualquer empresa, incluindo motivação, envolvimento, meio ambiente e engajamento. Segundo o autor, “as estratégias de gestão de pessoas estão entre as mais evoluídas nas últimas décadas para aplicação em todos os segmentos de negócios”.


Processos determinam como a empresa implementará o programa, levando em consideração os pontos de risco e seus impactos e controles. Na prevenção de perdas, existem duas fases de componentes do processo:

Conhecer o negócio, incluir a avaliação do organograma, responsabilidades, entrevistas para pesquisa, fluxos macro e processos chave.

Desenho e Implementação, para incluir desenho de processos, identificação de riscos, causas e origens, planos de ação e normas e procedimentos.


Auditoria Operacional é de responsabilidade da Prevenção de Perdas no ambiente de varejo e inclui o monitoramento e mensuração da aplicação de processos. A auditoria é uma atividade que só pode ser executada se houver pessoas e processos, pois não há auditoria sem processos formalizados e, nem sem pessoas previamente treinadas.


Tecnologias de Prevenção de Perdas ajudam a mitigar os riscos de fraude ou desvios ao criar um ambiente que naturalmente reverta o ônus da ação para o possível fraudador. No planejamento de prevenção de perdas existem importantes ferramentas de suporte na busca estratégica, construindo os melhores resultados de perdas financeiras para incluir o CFTV (no Brasil o sistema de CFTV significa Circuito Fechado de Televisão), sistemas de vigilância eletrônica de artigos (EAS) e alarmes de intrusão.


Indicadores Chave de Performance. Vicente Falconi, autor brasileiro, especialista em projetos e Ph.D., afirma que os fracassos em alcançar bons resultados ocorrem porque:

Objetivos errados ou definições de problemas errados são estabelecidos.

Os planos de ação são realizados de maneira errada, seja por falta de conhecimento dos métodos de análise ou por falta de conhecimento técnico ou informações necessárias.

Execução incorreta do plano de ação após o prazo estabelecido ou devido a circunstâncias além do nosso controle.




Uma métrica financeira cria a possibilidade de traduzir todos os outros objetivos em uma única unidade de medida, o que torna possível compará-los e identificar as prioridades de forma mais clara. O princípio do trabalho de prevenção de perdas é descobrir o número que representa as perdas em seu resultado. Por exemplo, o processo de inventário físico e identificação do valor de sua perda de estoque.


Com relação ao desenvolvimento do setor de prevenção de perdas no Brasil, ainda há muito a ser feito. A primeira Associação de Profissionais de Prevenção de Perdas (ABRAPPE) acaba de ser lançada em setembro de 2018. Os fóruns e eventos continuam sendo uma área de oportunidade, mas profissionais do setor acreditam que seja possível construir uma forte e independente presença de prevenção de perdas no setor de varejo brasileiro. O tempo dirá.



Artigo original publicado na revista norte-americana LPM (Loss Prevention Magazine)



 

O Autor:


Fernando Guinzani



Head of Corporate Security & Loss Prevention na C&C, professor de Gestão de Fraudes no Varejo na UBS, Diretor Vogal e Coordenador do Comitê PRACS

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