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2020, um ano mais do que desafiador!


Sem a mínima intenção de parecer alarmista, escrevo para alertar quem está preocupado apenas com o COVID-19 e seus reflexos diretos e ainda não se atentou ao contexto geral, portanto sugiro expandir as análises a fim de verificar que temos, no Brasil, uma equação bastante preocupante para os resultados de 2020, independente do seu ramo de atividade ou de atuação.


+ Pandemia COVID-19.

+ Instabilidade política.

+ Falência de algumas UFs.

+ Eleições.

+ Calendário com diversas possibilidades de emendas.

+ Dólar em patamar crítico (superando pela primeira vez os R$ 5,00).

+ Quedas nas bolsas de ações e retração nos investimentos por aversão aos riscos.

+ Congelamento da economia global.

+ Mudança, para pior, na expectativa de aumento do PIB brasileiro.

+ Fechamento de fronteiras.

+ Expectativa de retração na produção e movimentação.

+ Fechamento temporário do comércio e suspensão de diversos serviços.


Possivelmente, muitos destes itens supracitados não constavam nos planos de negócio, nos mapeamentos de risco e/ou nos planos de contingência das companhias, pois se tratam daqueles riscos normalmente escanteados e que, por consequência, quando se materializam, causam surpresa e dificuldade na pronta-resposta necessária.


Guardadas as proporções e diferenças e para usar um exemplo local, são como a “Greve dos caminhoneiros”, cujos danos causados não foram posteriormente recuperados pelas indústrias, comércios e etc.


Precisávamos da COVID-19 para saber que a nossa estrutura de saúde não suporta uma pandemia? Precisava morrer a primeira vítima para saber que Home Office é uma solução, há décadas, viável para muitos? 


Especificamente em relação à COVID-19 a expectativa é de que o impacto seja temporário, mas considerável, pois, com base em históricos de epidemias similares, mesmo que o efeito seja breve, não passa sem deixar relevantes estragos.


Certos de que nem todas as perdas financeiras serão possíveis de recuperação, como estas relacionadas ao consumo, por exemplo, cabe aos empresários pensar numa boa estratégia para manter o seu negócio durante a crise e para retomar rápido no pós-crise.


Diferentemente de crises internas em uma organização, seja em uma empresa, governo ou outra, uma pandemia afeta a maioria dos países, sua população e companhias. Ou seja, o mesmo ofensor afeta a todos de forma igual. O que muda é a capacidade de reação de cada um, de como estavam preparados e da resiliência que desenvolvem na recuperação.


Nos momentos de crise surgem oportunidades e aparecem os verdadeiros empreendedores e líderes, pois estes percebem o que fazer e fazem, enquanto a massa fica paralisada pela dúvida ou pelo medo.


Muito das tecnologias que utilizamos hoje são derivadas soluções criadas em situação de crise social ou conflito, sobretudo em guerras. O que mostra que há oportunidades em meio ao caos.


Acelerando o que já era uma tendência, os serviços digitais ganham destaque com a necessidade de isolamento social e muitas empresas que até o momento não ofereciam seus serviços nos meios digitais se vêem obrigados a ingressar neste meio ou simplesmente fechar as portas, mesmo que temporariamente.


O primeiro passo para uma boa gestão de crise é a imediata reação, ao mesmo tempo em que se planeja a retomada, a continuidade.


Quando falamos de uma ameaça desconhecida ou inesperada, se faz necessário, antes de mais nada, conhecer as minúcias do ofensor, buscar referências e se afastar imediatamente dele para que o impacto não seja progressivo.


“Conheces teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes serás vitorioso”.

(SUN TZU – A Arte da Guerra) 


O que não cabe, jamais, em uma crise é a inércia. Simplesmente esperar que tudo passe é o mesmo que admitir o risco e contar apenas com a sorte.


Em um caso que envolve saúde pública, ações governamentais são determinantes para a rápida recuperação, ainda mais quando de fala em uma epidemia. No entanto, ações individuais e básicas podem alavancar ou anular a proliferação que é exponencial.


Através de pesquisa que realizamos, pudemos verificar que a maioria das empresas iniciaram ações para minimizar os efeitos do pandemia sobre seu pessoal e seus negócios logo que os primeiros casos de morte relacionadas à COVID-19 começaram a ser registradas no Brasil.


As principais lideranças tiveram que se envolver e tomar decisões rapidamente.

Como primeira medida, muitas companhias afastaram os funcionários do chamado grupo de risco, como idosos e pessoas com doenças, principalmente respiratórias.

Algumas utilizam de home-office, prática que deve se manter no pós-crise, outras anteciparam férias, ou deram férias coletivas, aplicaram o revezamento entre as equipes ou suspenderam todas as atividades.


No entanto, o cenário ainda é de incerteza e as diversas alterações governamentais devem ser acompanhadas dia após dia.


O que se sabe é que quanto mais rápida a tomada de ações, mas rápida será a retomada.

Então, nos cabe atenção aos acontecimentos, prudência e muito planejamento para assegurar a proteção à vida e ao patrimônio, garantindo assim a continuidade do negócio, seja qual for o que defendemos.



 

Os Autores:


Leonardo Cerqueira


Co-fundador e administrador do FÓRUM DE GR

Risk Manager na Ativa Logística.


MBA em Gestão de Riscos Corporativos pela FGV e graduado em Logística, com mais de 15 anos de experiência em Gerenciamento de Risco, Logística, Segurança Empresarial e Processos.







Fabrício Souza



Coordenador de Riscos na Ativa Logística. Co-fundador e administrador do Fórum de GR.


Formado em Logística com especialização MBS em Gestão de Riscos Corporativos e Certificação Profissional em Gestão de Riscos.

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